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Torcedor da escola de samba Mangueira, o cantor e compositor Nelson Cavaquinho, morto em 1986, foi homenageado pela agremiação no carnaval deste ano. Outras homenagens foram feitas em 2011 para comemorar o centenário do autor de "Folhas secas", porém foram pequenas em relação a grandiosidade do artista, sem desmerecimento. Mas a melhor homenagem que se pode fazer é a perpetuação de sua obra, cuja seleção fina foi reunida por uma das melhores vozes, Carlinhos Vergueiro, e que chega ao Rio de Janeiro com uma turnê para lançar o CD "Carlinhos Vergueiro interpreta Nelson Cavaquinho" (Biscoito Fino).
Carlinhos procurou mesclar músicas pouco conhecidas (Palavras malditas, Palhaço, Nome sagrado) com as já consagradas ("Notícia", "Folhas secas", "Pranto de poeta"). Mais do que isso, são canções escolhidas por Vergueiro, aquelas que ele gosta de cantar e que Nelson possivelmente também iria selecionar. O trabalho fica melhor com as participações do mestre Chico Buarque (cantando "Nome sagrado"), Cristina Buarque ("Beija-Flor"), Wilson das Neves ("Folhas secas") e Marcelinho Moreira ("Pranto de Poeta").
Nesse trabalho, Carlinhos separa uma faixa especial, "Palavras malditas", que Nelson gostava bastante de cantar e que foi pouco gravada ("palavras malditas/aquelas que eu ouvi de ti/da mesma boca que me fez sonhar/dos mesmos lábios que eu gostava de beijar/agora vai embora/não quero mais te ouvi falar"). Quem tem o ouvido apurado e um aparelho de som com qualidade no mínimo mediano, vai perceber que os arranjos são impecáveis.
Com muitas canções feitas em botequins, o lado boêmio de Nelson também é aflorado. Uma das faixas que retrata este tema é "O meu pecado", onde se canta a saudade dos tempos de rapaz e uma certa decepção por chegar a velhice e não ser mais enxergado pelas mulheres ("o meu pecado foi passar as noites/bebendo por aí/ pela cidade..."). De certa forma, a música não representava muito Nelson. Sua última mulher, Durvalina, que ficou ao seu lado até a morte do compositor, com 74 anos, era trinta anos mais moça do que ele. Não era nenhuma jovenzinha, mas tinha olhos para ele.
Algumas das canções reunidas no trabalho de Carlinhos Vergueiro são constituídas pela parceria quase que constante entre Nelson e Guilherme de Brito. Das 12 faixas, 4 são de canções compostas pelos dois. "Palavras malditas", "Depois da vida", "Folhas secas" e "Pranto de poeta" são o resultado da união desses grandes compositores. As demais, os nomes das parcerias não se repetem, o que também mostra a diversidade de parcerias que ele tinha.
O CD também é uma ótima dica de presente de Natal. Mesmo que muitas das composições de Nelson mostram um lamento, o que não sugerem nessa época, o presente vale pelo argumento da perpetuação da obra do compositor, até porque, diferente da música de trabalho da cantora Simone nesse período de festas ("Então bom Natal/e um ano novo também..."), a proposta do CD é que as pessoas conheçam a obra de Nelson Cavaquinho além das canções já consagradas.
Carlinhos interpreta as músicas com maestria, com destaque para "Luz negra", onde ele coloca a poética de Nelson ao mais alto nível e consegue alastrar o sentimento que existe na canção ("a luz negra de um destino cruel/ilumina o teatro sem cor/onde estou desempenhando o papel/de palhaço do amor").
No vídeo à seguir, Carlinhos Vergueiro fala da homenagem a Nelson, chamado de "amigo, parceiro de noitadas memoráveis e ídolo". Ele disse que descobriu que Nelson e o jogador Garrinha nasceram no mesmo dia, e por isso chama Nelson de "o Garrincha da música popular brasileira".
Carlinhos procurou mesclar músicas pouco conhecidas (Palavras malditas, Palhaço, Nome sagrado) com as já consagradas ("Notícia", "Folhas secas", "Pranto de poeta"). Mais do que isso, são canções escolhidas por Vergueiro, aquelas que ele gosta de cantar e que Nelson possivelmente também iria selecionar. O trabalho fica melhor com as participações do mestre Chico Buarque (cantando "Nome sagrado"), Cristina Buarque ("Beija-Flor"), Wilson das Neves ("Folhas secas") e Marcelinho Moreira ("Pranto de Poeta").
Nesse trabalho, Carlinhos separa uma faixa especial, "Palavras malditas", que Nelson gostava bastante de cantar e que foi pouco gravada ("palavras malditas/aquelas que eu ouvi de ti/da mesma boca que me fez sonhar/dos mesmos lábios que eu gostava de beijar/agora vai embora/não quero mais te ouvi falar"). Quem tem o ouvido apurado e um aparelho de som com qualidade no mínimo mediano, vai perceber que os arranjos são impecáveis.
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Algumas das canções reunidas no trabalho de Carlinhos Vergueiro são constituídas pela parceria quase que constante entre Nelson e Guilherme de Brito. Das 12 faixas, 4 são de canções compostas pelos dois. "Palavras malditas", "Depois da vida", "Folhas secas" e "Pranto de poeta" são o resultado da união desses grandes compositores. As demais, os nomes das parcerias não se repetem, o que também mostra a diversidade de parcerias que ele tinha.
O CD também é uma ótima dica de presente de Natal. Mesmo que muitas das composições de Nelson mostram um lamento, o que não sugerem nessa época, o presente vale pelo argumento da perpetuação da obra do compositor, até porque, diferente da música de trabalho da cantora Simone nesse período de festas ("Então bom Natal/e um ano novo também..."), a proposta do CD é que as pessoas conheçam a obra de Nelson Cavaquinho além das canções já consagradas.
Carlinhos interpreta as músicas com maestria, com destaque para "Luz negra", onde ele coloca a poética de Nelson ao mais alto nível e consegue alastrar o sentimento que existe na canção ("a luz negra de um destino cruel/ilumina o teatro sem cor/onde estou desempenhando o papel/de palhaço do amor").
No vídeo à seguir, Carlinhos Vergueiro fala da homenagem a Nelson, chamado de "amigo, parceiro de noitadas memoráveis e ídolo". Ele disse que descobriu que Nelson e o jogador Garrinha nasceram no mesmo dia, e por isso chama Nelson de "o Garrincha da música popular brasileira".
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